BOUDOIR


quem tiver olhos de ver, veja / (que a cegueira é apenas / o véu em véspera de queda) / mas, ainda que não os tenha / e que não me vejas senão / através do sentido / (meio carne meio etérea) / quero que em braile me leias / no áspero delicado alto relevo / do meu corpo que verte em segredo / ora córrego ora cordilheira / vês? a geografia de minhas linhas / cabe inteira no menor dos / poemas
Germana Zanettini